sexta-feira, 10 de julho de 2009

Microblog - Por Juliano Brandão

Um gerundismo diferenciado

Sai o “vamos estar enviando”, entra o “diferenciado”. E eu me pergunto: qual é a diferença entre o diferente e o diferenciado? O diferenciado tenta enganar, agrega valor ao diferente. Só consegue piorar quando precedido da palavra conceito.

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Spotify - Um jeito diferenciado de ouvir música

Faz um tempo, eu descobri um serviço muito bacana na internet: o Spotify. Lançado na Europa, o serviço permite que você ouça músicas de praticamente qualquer música de qualquer artista, sem nenhuma restrição, a 160kbps. Tem alguns breaks comerciais (nunca DURANTE as músicas) e alguns banners no software. Mas, tirando isso, é uma enorme biblioteca musical lícita que remunera os artistas e as gravadoras, enquanto permite que você ouça qualquer coisa a qualquer momento sem ocupar espaço no HD. Previsão para chegar aqui? Nenhuma.

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Por falar em música

Fiz uma pesquisa rápida outro dia e em dez minutos descobri que pelo menos 90% daquilo que eu ouço não está disponível no Brasil em CD nacional. Não tenho um gosto musical comum, mas, esses 90% existem na Amazon ou na iTunes Store para baixar em mp3 (EUA e Europa), ou no acima citado Spotify. A iTunes Store completa 8 anos de existência e mudou o nosso jeito de ouvir e pensar música. Baixar um mp3 não é pela pirataria. É pelo imediatismo. Eu quero ouvir AGORA aquela música que me veio à cabeça. E a iTunes Store ou a Amazon proporcionam isso por 99 cents. O Spotify não entrega a música, mas a torna disponível. Na hora. Com esse sistema funcionando em dezenas de países há anos, com o último álbum do Radiohead - In Raibows, aquele do “pague quanto quiser” - sendo o álbum da banda que mais rendeu, quanto tempo mais a indústria da música precisa para entender que esse sistema funciona e que, principalmente aqui no Brasil, nem todos queremos ouvir o Rei Roberto, ou o último Katinguelê, em CD, álbum todo, ir na loja, comprar? Enquanto isso, eu baixo aquilo que eu não encontro pra vender, e que continue a demonização do consumidor/pirata.

Juliano Brandão é produtor musical, DJ profissional, paulistano-bicho-urbano, que caiu de gaiato na redação de uma agência de publicidade araraquarense que publica a revista Boemia. Interneteiro de primeira, quando recrutado para escrever uma coluna semanal para o site, não pensou duas vezes.

juliano@paginatres.com.br

@djbrandao

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