quinta-feira, 16 de julho de 2009

Há 40 anos, rumo à Lua

1969, o mundo vivia uma intensa revolução cultural. Durante praticamente uma década, quatro jovens ingleses haviam ensinado a pais horrorizados ao redor do globo como não se devia cortar o cabelo, como se vestir errado e qual era o tipo impróprio de música.
Num tempo de transformações, é quase inevitável que elas aconteçam ao mesmo tempo em áreas diametricamente opostas; 16 de julho de 2009, 10:32 da manhã, há exatos 40 anos, o homem decolava em direção à Lua. Um pequeno passo para um homem, um grande passo para a humanidade.

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No mundo da Lua ou do direito à distração

40 anos depois, o mundo mudou; em dez minutos recebemos mais informações do que alguém do século 19 tinha acesso em um ano. Notícias em tempo real, twitts, vídeos do YouTube, e-mail, sites que pulam de um para o outro. E a ditadura da concentração ainda reina absoluta.
Estudos mostram que o cérebro do ser humano está mudando mais nos últimos 20 anos do que entre a pré-história e 1990. Enquanto perdemos a capacidade de nos concentrar, adquirimos uma visão periférica mais apurada e a capacidade de trabalhar em mais tarefas ao mesmo tempo. O mesmo estudo mostra que as crianças que nasceram no século 21 utilizam cerca de 30 softwares para brincar ou aprender. Como não se dispersar?

A falta de atenção é o “mal” deste século. Há uma enorme indústria da atenção que gira em torno do problema, milhares de pessoas tomam remédios para a concentração.
Fica a pergunta, entretanto: para que possamos viver nessa realidade em que as informações chegam aos gigas, não é necessário que nos adaptemos à distração? As especializações estão definitivamente tornando-se menos importantes.
Melhor saber um pouco de tudo. Ao mesmo tempo, agora.


Juliano Brandão é produtor musical, DJ profissional, paulistano-bicho-urbano, que caiu de gaiato na redação de uma agência de publicidade araraquarense que publica a revista Boemia. Interneteiro de primeira, quando recrutado para escrever uma coluna semanal para o site, não pensou duas vezes.

juliano@paginatres.com.br

@djbrandao

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