segunda-feira, 6 de julho de 2009

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Microblog - Juliano Brandão

O Twitter e a informação instantânea

Os últimos dias mostraram o quanto o microblog Twitter pode ser ágil. Nas eleições contestadas do Irã, milhões de pessoas mandavam mensagens com informações mais atuais que a imprensa (os correspondentes em Teerã estavam proibidos, por lei marcial, de noticiarem qualquer fato sobre o país).
Sob a hashtag (tag, na net, é uma maneira de marcar uma palavra para que ela seja facilmente pesquisada. No caso do Twitter, antes da palavra vem um “hash” – # –, assim quando várias pessoas usam a mesma palavra para falar sobre um assunto, você acaba encontrando a informação mais facilmente) #iranelections e #gr88, iranianos postavam em tempo real sobre as marchas contra o presidente eleito Mahmoud Ahmadinejad.

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Chuuuuupa!!!

O ator Ashton Kutcher (“Cara, Cadê Meu Carro?”, “Efeito Borboleta” e “That 70’s Show”) é a celebridade com o maior número se seguidores no Twitter - foi o primeiro a conseguir mais de um milhão, momentos antes da rede americana CNN. Torceu fanaticamente para a seleção dos EUA na final da Copa das Confederações contra o Brasil. A cada gol de seu país, ele comemorava e desdenhava. Ao longo do segundo tempo, cada vez que o Brasil balançava a rede, passou a receber as delicadas mensagens de “#chupa @aplusk” (aplusk é o apelido dele no Twitter, e o arroba é usado para enviar uma mensagem para alguém). Depois de receber milhares de #chupas, o ator decidiu levar na brincadeira, adotou o bordão (“we sucked” - a gente “chupou”, jogou mal), e pela primeira vez um tópico brasileiro foi parar no topo da lista dos mais procurados do Twitter. #chupa essa!

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Revolução de sofá

Após alçar o nosso #chupa ao primeiro lugar nas buscas do microblog, twitteiros brasileiros pediram ao ator que participasse do movimento virtual #forasarney, um protesto contra o nosso ilustre representante no senado. Ouviram um sonoro e retumbante “Só vocês têm o poder de destituir o seu senador. É o SEU país. Eu não voto aí”. Complementou, dizendo que acredita no poder da união, mas que não tem informação suficiente sobre a política local. Recado muito bem dado, a revolução não se faz no sofá da sala.


Juliano Brandão é produtor musical, DJ profissional, paulistano-bicho-urbano, que caiu de gaiato na redação de uma agência de publicidade araraquarense que publica a revista Boemia. Interneteiro de primeira, quando recrutado para escrever uma coluna semanal para o site, não pensou duas vezes.
Twitter: @djbrandao
juliano@paginatres.com.br

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