segunda-feira, 20 de julho de 2009

Adivinhações

Pois eu lhes digo, leitores e leitoras, pois eu afirmo com a satisfação de uma Mãe Dinah ao acertar uma previsão que quando o assunto é futebol nada faz melhor ao ego, nada massageia mais o ego do que consolidar palpites.

Ontem, à hora do almoço, cravei: 3 a 0 Corinthians, em pleno Mineirão. O Cruzeiro, como de fato esperávamos, não conseguiu esconder a ressaca, sofrida, da última quarta. E o Corinthians voltou a ser o Corinthians do primeiro semestre. Finge-se de morto, marca muito bem, busca a posse de bola em passes curtos e... bola para Ronaldo. Em sua volta a Minas depois de 15 anos, ele não abriu o placar, mas foi como se o fizesse. Lançamento perfeito, preciso, para Jorge Henrique e placar inaugurado. O segundo viria na sequência, em um pênalti polêmico. Pegou na mão de Leonardo Silva? Mesmo com replays intermináveis, comentaristas divergem. Para mim, o árbitro acertou. Quem errou foi Ronaldo. Primeiro, ao desperdiçar a chance de já anotar o tento após o passe de Jorge Henrique, quando tinha o gol diante de si, livre do arqueiro. Depois, ao cobrar a penalidade com extrema displicência.

E naquele que seria gol de empate cruzeirense, em que o juiz anotou falta de Wellington Paulista em Chicão, às vésperas do arremate certeiro? Elmo Alves Resende Cunha acertou ou errou? Novamente os comentaristas não chegaram a uma conclusão. Para mim, não houve infração.
Tanto Cruzeiro como Corinthians desperdiçaram seguidas chances. Até que, após belíssima jogada do bom jogador Jucilei, Ronaldo sacramentou a vitória. Sacramentou? Não. Porque o Corinthians adora um sofrimento. Pênalti inexistente de Chicão em Kléber, convertido pelo próprio, que, para mim, é melhor do que Nilmar, apesar da personalidade explosiva. E, no finalzinho, no apagar dos holofotes, primeiro Chicão, ao salvar em cima da linha, depois Felipe, ao se jogar nos pés de Kléber, garantiram a primeira vitória do Corinthians fora de casa neste Brasileirão.


* * *


Jorginho, como eu havia dito, conseguiu os seis pontos e, assim, sua efetivação. Sólido contra o Flamengo e fazendo o suficiente contra o Santo André, o Palmeiras dormiu líder de sábado para domingo e terminou o final de semana em segundo lugar. A equipe do Parque Antarctica agora vai ao Planalto Central enfrentar o Goiás. Em campeonato de pontos corridos, e muito concorridos, os testes não cessam.

Já o Santos, que perdeu ontem – também acertei! – tenta em Vanderlei Luxemburgo sua redenção. Arrisquei que a máscara do técnico havia caído. E sustento. Tenho certeza de que Luxemburgo já abdicou dos R$ 700 mil mensais. E mais: tenho certeza de que não será capaz de reerguer o Peixe. A defesa é bem ruim. Pesada e lenta. O meio-campo é fraco. Madson é menos do que se espera de um meia e Kléber Pereira, sozinho, não há de resolver. E se algo que Luxemburgo tem feito muito mal nos últimos tempos é contratar. Se o Santos não se cuidar, muito mais do que São Paulo, Cruzeiro, Fluminense ou Botafogo, é forte candidato ao rebaixamento. O primeiro passo desse cuidado, contratar Luxemburgo, foi também o primeiro erro. Está anotado: o Santos, para mim, cai este ano. Podem me cobrar ao término do campeonato.



Rodrigo Brandão é editor-chefe da revista Boemia
rodrigo@revistaboemia.com.br

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