segunda-feira, 6 de julho de 2009

Dona Encrenca: Futebol com política

Estava eu a navegar na internet, quando fui supreendida pela seguinte matéria no portal UOL: “Corinthians oferece apoio a Dilma por ajuda de Lula em estádio”
Li o texto e confesso que me senti mal. Não por não se tratar do meu time do coração, mas pela falta de pudor com que as coisas acontecem aqui, neste país. A sensação que tive foi que o “voto de cabresto” vai custar muito caro nas próximas eleições à presidência. A diferença é que a compra não será com os programas federais, como o Bolsa Família; a moeda agora é estádio de futebol. Coincidência ou não, o Corinthians é o time para o qual nosso digníssimo presidente torce. Time que tem uma verdadeira legião de seguidores, a maior torcida do estado de São Paulo e uma das maiores do Brasil. 
A proposta é mais ou menos assim: o Lula “dá uma força” para a construção da “casa própria” do Corinthians com a facilitação de empréstimos no BNDES, por exemplo, e, em contrapartida, o clube apoiará a candidatura da atual ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, à presidência da república, em 2010. Se analisarmos com o olhar político, é um tremendo esquema! Um clube que hoje tem mais de R$ 100 milhões em dívidas conseguirá um empréstimo sem muitos problemas em troca de votos. Porque, se trocarmos em míudos, é essa a conclusão. E olha que a Dilma é torcedora do Internacional...
Verdade ou não, dizem que o São Paulo conseguiu sua arena assim, com doações um tanto quanto estranhas do governador do estado de São Paulo na época, e também presidente do SPFC, Adhemar de Barros. E, vejam, isso foi em 1950. Na época, foi um escândalo que não parou por aí, continuou com o político ligado a Adhemar, Laudo Natel, que de tesoureiro do clube, em 1966, chegou à presidência do mesmo em plena ditadura militar, período em que Adhemar, seu mentor, foi cassado por corrupção. E até hoje não se explica a origem do dinheiro que levantou um dos estádios mais modernos de todo o Brasil.
Acho que todos nós podemos refletir sobre o que acontece no nosso país, com o nosso dinheiro e sobre o tipo de interesse do homem (ou a mulher) que colocamos no poder para representar nossos interesses e até que ponto esses interesses são nobres e de cunho coletivo. Acredito ser um absurdo o digníssimo presidente Lula, em pleno período de exercício político, em que de deveria estar cuidando de toda uma nação, ficar fazendo “permuta” de votos com time de futebol.

É brincadeira, amigo?!
 Desabafei! Pronto!

Marina Chiolino é diretora comercial da revista Boemia, palmeirense VERDE e adora uma encrenca!
marina@paginatres.com.br

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