Imagine a situação: você apresenta seu curriculum de candidato a uma bela vaga numa boa empresa e lá está escrito com todas as letras: formação em Marketing pela Uniban. Ou, quem sabe em Relações Públicas.
O que a Uniban acaba de fazer com todos os jovens que se formam lá foi manchar seus currículos para sempre.
O episódio Geysi Arruda, a moça do mini-vestido cor de rosa, transformou uma universidade que já não tinha a melhor avaliação do mundo numa instituição no mínimo suspeita. Suspeita de não educar, suspeita de não ter a ética entre seus valores mais importantes, suspeita de formar jovens fascistas, preconceituosos, despreparados para conviver em sociedade e para representar o futuro do país.
Readmitir a moça, depois de tê-la expulsado através de um comunicado público nos jornais culpando-a do estupro moral de que foi vítima, não isenta, não desculpa, não perdoa a Uniban da selvageria a que Geysi foi submetida sob o olhar, se não complascente, descuidado e desatento da universidade para com suas responsabilidades de instituição superior de ensino. O mal está feito. A semente da violência está plantada lá dentro, aparentemente em terra fértil, já que tanto o Conselho como a Reitoria da Uniban assinaram o comunicado em que apontam a vítima como ré e, nas entrelinhas, aceitam que uma mulher de vestido curto, curvas provocantes, saltos altíssimos e que ande desfilando por rampas e corredores de uma escola seja merecedora de ataque à sua moral e, por que não?, de estupro coletivo. Colocar a culpa na moça, de todas as saídas possíveis para a crise que a Uniban viveu e continuará vivendo, esta foi a pior de todas – a mais grave, a mais vergonhosa, a mais infame.
Zezé Brandão é publicitário, sócio da Limonada Publicidadee co-autor do livro A Vida Não é Um Limão, A Vida é Uma Limonada.
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