sexta-feira, 9 de outubro de 2009

A fábula dos ácaros - via estalo.org

Gostei tanto do texto abaixo que resolvi trazer prá cá. Óbvio que segue a fonte: www.estalo.org
Juliano Brandão

A fábula dos ácaros

por Mastropietro Luiz

Ácaros. Todo mundo já ouviu falar neles - mesmo sem nunca tê-los visto.
No meu caso foi em meados dos anos 90, quando uma enorme campanha de publicidade surgiu com o objetivo do extermínio em massa dos ácaros.
Até então, ninguém imaginava que em meio ao carpete, toalhas ou qualquer superfície haveriam nocivos monstrinhos invisíveis que faziam mau a saúde.
Eles estavam em todos os lugares: no colchão, no sofá da sala de visitas, no ar.
E eles eram do mau: causavam danos respiratórios e perigosas doenças.
E assim surgiu uma das mais geniais estratégias de negócios das quais eu mesmo fui uma cobaia: as campanhas anti ácaros dos anos 90 promovidas pelos fabricantes de purificadores de ar.Uma história contada por meio do medo invisível – uma necessidade criada em torno de uma suposta lenda cientifica devidamente endossada por médicos e especialistas.
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Quem duvidava? Eles estavam lá… só que ninguém podia ver.
A comunicação dava ares de pandemia aos pobres ácaros, fazendo as vendas dos purificadores de ar explodirem. E até hoje, muita empresas de outros segmentos ainda se aproveitam desse alarde causado muitos anos atrás, criando produtos com benefícios que abordam os ácaros como tema central, como é o caso da indústria de colchões, por exemplo.
Mas a onda passou - os vendedores dos purificadores ficaram milionários - mas hoje pouco se fala em purificadores de ácaros. Seria essa uma prova da máxima de que“nada mata mais rapido um produto ruim (ou inútil) do que boa propaganda”? Sucesso ou fracasso, a fábula dos ácaros é uma boa lição sobre como tornar o invisível relevante. O nada em tudo – o ácaro em dinheiro.


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